Faz tempo que não posto nada , alías desde que passei o blog para este endereço eu ando meio desleixado , na verdade no momento estou com outras prioridades como vocês devem saber (pelo menos aqueles que convivem comigo) . Estou com um roteiro ainda inacabado , pois é já faz quase 2 anos que estou revisando o mesmo e meu perfeccionismo impede que seja finalizado e enviado a lei de incentivo , embora eu escreva por aqui apenas por hobby e para exercitar um lado da estética literária que os roteiros não me deixam utilizar . Poderia ficar me alongando e falando sobre felicidade , sobre apreensão , sobre se o casamento é realmente um Ode a Felicidade . Como já disse e afirmo , sou hedonista . não acredito em religiões , acredito que cada ser deve ser responsabilizado por aquilo que diz e faz , e como diria algum pensador do passado , cada ação tem sua reação . As crianças veem ao mundo de hoje e poderiam chegar já com um fuzil , prontas pra guerra e pra competição que o "colonialismo" americano anda nos transformando. mas isto é bobagem socialista e o socialismo morreu junto com Che Guevara , Nem Karl Marx e suas idéias marxistas sobre o sistema social perfeito deu certo , quem reinou foi Ford e sua eficaz e destrutiva linha de produção . O mundo é capitalista e vive pelo dinheiro . Bem eu não sou burro . sem dinheiro sei que não vivo , mas o sorriso no rosto daqueles que gosto são os verdadeiros valore$$$ que procuro . Espero crianças inteligentes que farão um mundo diferente desse em que estamos habituados , onde nós os "adultos" nos matamos por dinheiro , exposição e uma falsa sensação de felicidade . A postagem que queria fazer hoje segue abaixo com o titulo de : Venha Meu Filho

Venha meu Filho ...

As fortes luzes clareiam os antros do inatingível que roubara identidades em tradicionalismo arcaico, os berros do nascimento aos braços do único amor reconhecido, sem narcisismo e soberba personalizada, beijam-me apertando nos teus seios alimentando a segurança de uma chegada ansiosa começada há meses, toda sabedoria da geração anterior sussurrada , “venha meu filho a terra dos homens, alpinistas sociais entregues a selvageria capitalista, dos arranhásseis e edifícios assombrosos que mantém a cidade sobre uma sombra cinzenta e horripilante. Chore agora sendo amado sem motivos materiais distante do caos que corrompe pensamentos antes limpos, esteja certo de que você nasce no campo de extermínio onde as estatísticas empurram a morte prematura e jogam a moeda pra cima. Cara ou coroa? Sim menino a vida é um jogo e quem errar menos alcança o pódio”

Um Drink lá no Inferno

Desembarco na estação de metrô . Naquela grande praça onde morrem os sonhos popularmente conhecida como Vale do Anhangabaú , caminho olhando para baixo desviando das pessoas que dormem sob suas calçadas e gramados ralos com receio de pisar sobre elas e as acordarem para o pesadelo , corto por entre os prédios e chego nos pés da boca do lixo onde uma velha senhora escorada nas decadentes paredes de casarões antigos , com suas roupas pouco adequadas para olhares moralistas me sorri enquanto sopra bolhas de fumaça ao ar . Augusta é o nome dela , sei disso porque a conheço há anos e sempre me pego encantado pela sua sutileza e sentimentalismo que ela tenta omitir para que não sejam desmascaradas suas fraquezas. Continuo meu rumo enquanto aquele grande horizonte cinza vai ganhando vida nas fachadas com seus azuis , vermelhos e rosas gritantes brilhando nos letreiros de neon , muitos já desgastados pelo tempo que deixam sua experiencia visível nas letras que já se apagaram . Nada de olhar para os lados ou pensar para trás , as pilhas de historias mal acabadas continuam se acumulando enquanto aquela fina chuva desfila sua graça e morre dançando enquanto toca minha pele. Nesse momento eu abaixo o capuz , subo o som nos fones de ouvido e digo pra mim mesmo : Bem Vindo Diego , você está em São Paulo !

Aurora

A canção ressoa ao fundo e vem ninada pelo balançar do vento; no palco as cordas do violão são dedilhadas e no chão vão se amontoando sonhos ; nossos olhares se cruzam fixos como quem busca privacidade em meio milhares de outros corpos; nos invadimos ,mergulhamos dentro da imensidao de nossas almas buscando folego no toque de nossas peles ;das pernas sobem único o calor que vai ardendo o corpo e desperta como girassóis sempre voltados a luz; nosso ultimo beijo sem que os labios se toquem ,sem que as linguas se entrelacem buscando sugar a essencia de uma felicidade compartilhada ; te arrastarei pela passagem pois com você eu aceitei que o sol nasce mesmo em dias que as nuvens o cobrem e deixam cinzento o que sempre foi azul.

Alvorada

Simples passagens negras na alcova de mármore gelado como corpos rígidos na partida . Beijos quentes que não reascendem velhas historias caminham complacentes no chão carregado de folhas amarelas ao fim da primavera,o céu alanrajado renascendo como éden de gaivotas rumando ao litoral de meu próprio domínio , sou aquele que observa o pequeno homem adulto ,o poste de ostentação ,muro das lamentações de convictos ateus.
Vou por entre as trilhas de cimento arcaicos banhados em sangue crente de que minha astucia eis de lavarme e salvarme dessa falsa sensação de descenso que me persegue ,corriqueira e duradoura como vírus que infecta e se apossa de frágeis corpos sem distinguir suas moradias ,Tê assolam como almas vagantes por entre becos hostis , reinante odor da morte sentido pelo olfato quando lentamente vai tomando o ar e te guia a escuridão , o medo súbito quando superado traz a maior das recompensas, no fim da escuridão há apenas uma grande fossa e somente lá se percebe que é onde encontramos os ratos mais dóceis e amorosos e as pessoas mais cruéis.

Todas as Verdades

Sempre acreditei que as verdades venham em pares, apenas como silhueta de um incansável peregrino calejado pelo caminhar no concreto. Ao doce inferno semeado nos minusculos cômodos espalhados pelas entranhas da selva; onde o tempo se desfaz como presente . Lá somos nos mesmos ,amagos ao cruzar do olhar ;A rosa brota na lama vermelha como sangue,vida,restrita como a beleza da morte e o amor que perpetua após a partida. Tudo passa como um arco íris em um fim de tarde de dezembro ,os beijos cessam ,juras de amizades eternas se perdem tão ligeiras como a luz da vida a sombra;abaixo delas na escuridão que compreendemos o real brilho que envolve os afortunados.
Quando o inverno aquece e o verão congela ,a carne oculta o que remoí e arde nas entranhas .Singelas são tais estações que nos condenamos ao autoflagelo de sorrisos delicados enraizados nos antros da selvageria .
Gosto das noites de outono em que a cidade ganha uma densa camada de neblina que vai se instalando aos poucos entre as casas e edifícios transformando a devassidão cinza com seu ar sombrio , é o auge da metrópole dos invisíveis , ninguém enxerga ninguém embora todos queiram ser notados. Os olhares penetrantes se perdem e as ruas só são encaradas por velhos conhecidos , mendigos , prostitutas , drogados e todo o submundo que faz a merda da noite acontecer. São milhares de historias que vão se empilhando como vasilhames vazios em botecos empoeirados, são doses fatais de sentimentos de quem nasceu condenado a ser privado dos mesmos e somente a raiva e o ódio lhe são permitidos , Talvez ou muito possivelmente eu seja um desses , cansei de todo esse papo pacifista de que o amor vence a guerra ,a lei do cão já se instalou e o velho slogan de salve as criancinhas agora subliminarmente é encarado como salvem-nos das criancinhas, de repente todo filho da puta decidiu que tem que ser alguém independente das consequências e o esporte favorito virou foder com a vida dos outros. tenho dó de quem ainda mantêm esperanças, que vislumbra o gramado ralo onde seus filhos irão crescer em segurança e ele vai se ver estampado em algum comercial de margarina, os gramados ralos antes de serem cultivados são banhados em sangue, existe um bordão circense que afirma que o maior prazer do palhaço é ver o circo pegar fogo , nessa selva de pedra quem tem maquiagem e fantasia é rei !