Alvorada

Simples passagens negras na alcova de mármore gelado como corpos rígidos na partida . Beijos quentes que não reascendem velhas historias caminham complacentes no chão carregado de folhas amarelas ao fim da primavera,o céu alanrajado renascendo como éden de gaivotas rumando ao litoral de meu próprio domínio , sou aquele que observa o pequeno homem adulto ,o poste de ostentação ,muro das lamentações de convictos ateus.
Vou por entre as trilhas de cimento arcaicos banhados em sangue crente de que minha astucia eis de lavarme e salvarme dessa falsa sensação de descenso que me persegue ,corriqueira e duradoura como vírus que infecta e se apossa de frágeis corpos sem distinguir suas moradias ,Tê assolam como almas vagantes por entre becos hostis , reinante odor da morte sentido pelo olfato quando lentamente vai tomando o ar e te guia a escuridão , o medo súbito quando superado traz a maior das recompensas, no fim da escuridão há apenas uma grande fossa e somente lá se percebe que é onde encontramos os ratos mais dóceis e amorosos e as pessoas mais cruéis.